Mulheres idosas têm desejo? - Sou 60
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Mulheres idosas têm desejo?
Coloco como uma pergunta só pra implicar mesmo! 80 anos atrás o povo acreditava que a velhice era assexuada. E, claro, nós mulheres sofríamos mais preconceito. A menopausa era o fim da linha e não só para o sexo! A sociedade achava que se nós mulheres não tínhamos mais a capacidade de reprodução, não havia mais a possibilidade da gente ter desejo e prazer sexual. Eu hein? Será que tem gente que ainda pensa assim, hoje? Sei lá… mas se tem passou muito da hora de mudar de ideia, né não? Já passamos dessa fase! Ter filhos é uma coisa, ter prazer com o sexo é outra.
Claro que tem mulheres que nunca gostaram muito de sexo. Ok, qual é o problema? Tem mulheres idosas que adquiriram outros interesses, uma amiga que sempre gostou - e muito - me disse que agora o prazer ela encontra na convivência com os netos. OK, qual é o problema? Tem mulheres divorciadas que encontraram um parceiro na velhice e algumas me disseram: Ah agora sim! No meu casamento o sexo era péssimo. Nem orgasmo tinha. Ah! agora está uma maravilha.
Tem mulheres casadas há décadas com o mesmo homem, o sexo foi diminuindo - eu acho isso super normal - às vezes não tem mais. mas a sexualidade ficou melhor. Tem muita gente que confunde sexo e sexualidade. Ah sexualidade é muito mais que isso. É a convivência gostosa, carinhosa. É ir pra cozinha e fazer uma comida juntos. É passear de mãos dadas. É o olhar afetuoso. Viajar juntos. Assistir a um pôr do sol juntos. É um monte de coisas que dá um prazer danado!
Cada pessoa, cada relacionamento é de um jeito. Mas como me disse o sexólogo Gerson Lopes, o sexo não acaba com o envelhecimento, não há aposentadoria compulsória. Não há data de validade.
Quatro anos atrás eu entrevistei a poeta, ela gosta de ser chamada assim, Alice Ruiz. Ela tinha 70 anos. Mulher interessantíssima, talentosa, cheia de si. Agora, lendo o livro Velhas amigas da Sonia Hirsch, leio um depoimento lindo dela agora com 74 anos, sobre o envelhecimento. Ela conta que ficou viúva aos 42 anos, teve poucas histórias depois, nenhuma que desse futuro. Aí quando parou de menstruar, botou na cabeça que os hormônios não mandavam mais nela, ela tinha o controle, os hormônios tinham acalmado. E nem precisaria mais transar. De vez em quando, se desse tesão, uma masturbação resolveria a questão e pronto. Mas aí, logo depois dos 70 ela viveu uma história - sabe, daquelas, e aí ela viu que não era possível controlar os hormônios. O sexo e a sexualidade tomaram conta de um jeito que nunca foi.Foi uma surpresa, uma nova descoberta. Viveu essa fase intensamente, mas a velhice nos ensina. Tem muita gente que ainda acha que todas as mulheres do mundo estão loucas pra casar, loucas pra botar um homem dentro de casa. Não é bem assim. A Alice conta que foi bom demais mas que não abre mão de sua liberdade e que adora ficar com ela mesma. Aí decidiu: eu só vou até aqui e deu um final no relacionamento. Nossa, que liberdade boa essa, hein!
Não tem muito tempo, entrevistei duas mulheres de 90 anos. Uma tinha namorado e me afirmou com todas as letras que tinha “satisfação sexual”, usando as palavras dela. A outra me contou que às vezes via filmes pornográficos e sentia prazer. Olha que interessante isso.
É isso! Cada um é um cada. A nossa máquina não para, a não ser em casos específicos, claro. Como diz, a Alice, no livro, mais ou menos assim, na juventude a gente arrisca, enfrenta, tem coragem, se machuca e tem o ganho de ter ido, ter vivido. E como a vida continua, vale arriscar na velhice, vale ter coragem também, a gente tem a vantagem da idade, já sabemos (ou deveríamos) saber até onde somos capazes de ir.
Então, viva a liberdade da gente ser o que a gente é!
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Mulheres idosas têm desejo?
Coloco como uma pergunta só pra implicar mesmo! 80 anos atrás o povo acreditava que a velhice era assexuada. E, claro, nós mulheres sofríamos mais preconceito. A menopausa era o fim da linha e não só para o sexo! A sociedade achava que se nós mulheres não tínhamos mais a capacidade de reprodução, não havia mais a possibilidade da gente ter desejo e prazer sexual. Eu hein? Será que tem gente que ainda pensa assim, hoje? Sei lá… mas se tem passou muito da hora de mudar de ideia, né não? Já passamos dessa fase! Ter filhos é uma coisa, ter prazer com o sexo é outra.
Claro que tem mulheres que nunca gostaram muito de sexo. Ok, qual é o problema? Tem mulheres idosas que adquiriram outros interesses, uma amiga que sempre gostou - e muito - me disse que agora o prazer ela encontra na convivência com os netos. OK, qual é o problema? Tem mulheres divorciadas que encontraram um parceiro na velhice e algumas me disseram: Ah agora sim! No meu casamento o sexo era péssimo. Nem orgasmo tinha. Ah! agora está uma maravilha.
Tem mulheres casadas há décadas com o mesmo homem, o sexo foi diminuindo - eu acho isso super normal - às vezes não tem mais. mas a sexualidade ficou melhor. Tem muita gente que confunde sexo e sexualidade. Ah sexualidade é muito mais que isso. É a convivência gostosa, carinhosa. É ir pra cozinha e fazer uma comida juntos. É passear de mãos dadas. É o olhar afetuoso. Viajar juntos. Assistir a um pôr do sol juntos. É um monte de coisas que dá um prazer danado!
Cada pessoa, cada relacionamento é de um jeito. Mas como me disse o sexólogo Gerson Lopes, o sexo não acaba com o envelhecimento, não há aposentadoria compulsória. Não há data de validade.
Quatro anos atrás eu entrevistei a poeta, ela gosta de ser chamada assim, Alice Ruiz. Ela tinha 70 anos. Mulher interessantíssima, talentosa, cheia de si. Agora, lendo o livro Velhas amigas da Sonia Hirsch, leio um depoimento lindo dela agora com 74 anos, sobre o envelhecimento. Ela conta que ficou viúva aos 42 anos, teve poucas histórias depois, nenhuma que desse futuro. Aí quando parou de menstruar, botou na cabeça que os hormônios não mandavam mais nela, ela tinha o controle, os hormônios tinham acalmado. E nem precisaria mais transar. De vez em quando, se desse tesão, uma masturbação resolveria a questão e pronto. Mas aí, logo depois dos 70 ela viveu uma história - sabe, daquelas, e aí ela viu que não era possível controlar os hormônios. O sexo e a sexualidade tomaram conta de um jeito que nunca foi.Foi uma surpresa, uma nova descoberta. Viveu essa fase intensamente, mas a velhice nos ensina. Tem muita gente que ainda acha que todas as mulheres do mundo estão loucas pra casar, loucas pra botar um homem dentro de casa. Não é bem assim. A Alice conta que foi bom demais mas que não abre mão de sua liberdade e que adora ficar com ela mesma. Aí decidiu: eu só vou até aqui e deu um final no relacionamento. Nossa, que liberdade boa essa, hein!
Não tem muito tempo, entrevistei duas mulheres de 90 anos. Uma tinha namorado e me afirmou com todas as letras que tinha “satisfação sexual”, usando as palavras dela. A outra me contou que às vezes via filmes pornográficos e sentia prazer. Olha que interessante isso.
É isso! Cada um é um cada. A nossa máquina não para, a não ser em casos específicos, claro. Como diz, a Alice, no livro, mais ou menos assim, na juventude a gente arrisca, enfrenta, tem coragem, se machuca e tem o ganho de ter ido, ter vivido. E como a vida continua, vale arriscar na velhice, vale ter coragem também, a gente tem a vantagem da idade, já sabemos (ou deveríamos) saber até onde somos capazes de ir.
Então, viva a liberdade da gente ser o que a gente é!
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در تاریخ 1401/11/27 منتشر شده
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